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"Eu poderia dizer diversas coisas", comenta Gerson, "mas a mais importante de todas, com certeza, é a polinização, produção de alimentos. São esses insetos que, segundo a FAO, USP, são responsáveis por 75% de toda a produção de alimentos do mundo. E nós, infelizmente, desconhecemos isso e matamos as abelhas. Desmatamos, tirando delas locais de moradia e de alimento e usamos venenos em excesso".
Sem a polinização das abelhas na florestas, teríamos uma alteração de todo o ecossistema, de todo o clima do planeta.
Gerson explica, "sem elas, as florestas não estariam em pé. E sem florestas não teríamos, entre outras coisas, água limpa em quantidade suficiente, um ar melhor e mais respirável para contrabalancear tanta poluição que nós geramos".
A situação das abelhas nativas do Brasil se complicou com a chegada das abelhas estrangeiras.
Em torno de 1860, os jesuítas trouxeram da Europa as abelhas do gênero Apis, que produziam a cera branca, tão desejada para as velas católicas. Na década de 1950, um pesquisador de Minas Gerais trouxe abelhas Apis da África, espécie agressiva, mas altamente produtiva. A Apis Europeia e a Africana cruzaram e geraram uma nova espécie híbrida, conhecida como a Apis africanizada, hoje a principal produtora de mel do Brasil. Essa espécie tem a característica de migrar com facilidade. Então, ela logo se espalhou por todo o país, impactando as abelhas nativas.
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A questão é que as abelhas nativas não tem ferrão e são melhores polinizadoras das plantas nativas, como o Maracujazeiro, Pau Brasil, Jussara, entre outras.
"A população cada vez mais crescente das abelhas do gênero Apis, compete de uma maneira direto ou indireta pelos recursos naturais que nós, naturalmente, teríamos para as abelhas nativas. Não só com relação a flores, mas principalmente por locais de nidificação", destaca Gerson.
Como podemos preservas as abelhas nativas?
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Com informação! "A espécie de abelhas nativas (sem ferrão) chamada de Jataí, é frequentemente confundida com o mosquito da dengue, com o Aedes Aegypti. Então muitas pessoas que não sabem, não conhecem, matam um ser tão importante para a nossa vida no planeta por falta de informação. Essas abelhas, inclusive, você pode criar na sua casa se você quiser. Basta você estudar um pouco sobre elas, estudar o ciclo de vida delas. Você cria no seu apartamento ou onde você quiser".
Para ajudar a preservar as abelhas e os polinizadores, em geral, o Instituto Biológico fez o corredor verde para os polinizadores, que interliga áreas verdes entre o Parque do Ibirapuera, Museu do Inseto e o Parque da Aclimação. A Dra. Harumi é uma das pesquisadoras responsáveis pelo projeto.
Qual o objetivo do corredor verde para polinizadores?
"É um corredor para que os polinizadores consigam se manter nessa área", explica a Dra. Harumi. E de bônus, com o corredor verde a gente ainda ajuda a melhorar a qualidade do ar e incentiva a comunidade a participar! "A comunidade ajuda a manter o corredor e com isso vem a nossa parte da educação ambiental que a gente consegue fazer sensibilizando a população para ajudar a fazer essa manutenção no corredor", diz Harumi.
A importância das abelhas é muito grande para nós e para o planeta. Assim como temos o corredor verde na Vila Mariana, podemos ter em vários lugares do Brasil!
fonte : https://www.terra.com.br/noticias/climatempo/a-extincao-das-abelhas-poderia-acabar-com-a-vida-na-terra,c0037cfc7c5dc4c4ee2b226c1ade956049xt58pl.html